domingo, 30 de junho de 2013

"No começo eu só achava o mundo do ballet lindo, aquelas garotas com tutus bem bordados, na ponta dos pés, aquele alongamento que achava que eu jamais teria, aquelas piruetas que eu não entendia como eles faziam sem ficar tontos.
E depois eu fui ficando fascinado sem perceber, quando eu vi as sapatilhas não queriam mais sair dos meus pés, e eu não queria sair mais da sala de aula, não queria mais ouvir as buzinas na rua, campainha, pessoas gritando; não queria ouvir nada, além do som do piano.
E quando eu me dei conta, deixei de lado o filme que gosto no meio da semana, por falta de tempo, o sair de um sábado agitado com os amigos por dores, nas fotos entre eles eu nem aparecia mais, na reunião da família a minha ausência sempre era o maior questionamento, o sorriso fugia até de mim mesmo por não ter ido bem na aula. Mas tudo isso é recompensando quando ouço os aplausos da plateia, e me provam que escolhi o caminho certo.
E mesmo que eu queira sair do ballet, meu coração não deixa mais, meu corpo já virou dependente dos alongamentos diários e dos 'pliés' que alimentam minha alma."
Lucas Splint

segunda-feira, 24 de junho de 2013

"A Dança é, muito mais do que um exercício, um divertimento, um ornamento, um passatempo social; na verdade, é uma coisa até séria e, sob certo aspecto, mesmo, uma coisa sagrada. Cada era que compreendeu a importância do corpo humano, ou que, pelo menos, teve a noção sensorial de sua estrutura, de seus requisitos, de suas limitações e da combinação de genialidade que lhe são inerentes, cultivou, venerou a Dança."

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Todo amanhecer para bailarinos é complicado. O chão que você não sente ao pisar, as pernas que doem, as bolhas que perturbam... Seu corpo te dá bom dia estalando.

É uma relação de amor e ódio com a dor. É inevitável não se viciar nessas dores diárias que fazem questão de te lembrar sempre que você é bailarino. É um desgaste com sabor de trabalho.
E nunca vai parar. Tem dia que dói menos, tem dia que dói mais. Lembrando que me refiro ao corpo, pois se for avaliar o coração de um bailarino, perceberá que não existem feridas, porque não se deixa ferir.
Você entrega seu amor ao ballet sem medo, pois tem a certeza de que ele não te abandonará. Seu coração vai estar sob o domínio da arte, em troca você receberá algumas bolhas sim, feridas, lesões; mas prefiro um corpo dolorido a um coração machucado.
Todos chegam à aula reclamando das dores, às vezes até choram, mas no fundo sabem que fazem parte da sua felicidade, sabem que quando um dia não as sentirem mais, sentirão falta.
E acredito que sem as dores os aplausos não seriam tão gratificantes, com sonoridade de superação, e com uma sensação de orgulho, por nunca desistir.
E quando for reclamar da dor, substitua o semblante triste por um sorriso, porque se você não estivesse com ela, o ballet não estaria com você."
Lucas Splint

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Nunca dance para surpreender os outros, porque o melhor dançarino dança por amor, é aquele que dança de alma e coração!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Como é bom ter alguém para compartilhas as alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, como é bom ter alguém para amar e ter alguém que ame também... Sei que meu sonho não seria completo se não estivesse aqui... Sem o amor eu nada seria...

Feliz Dia dos Namorados!

domingo, 9 de junho de 2013


"Sophia, antes de qualquer descrição, antes de ser um ser humano, é uma bailarina, característica que ela mais valoriza em si.

Não tinha pernas altas, colo de pé, não era alongada, muito menos tinha pernas em 'x'. Tinha seios grandes, talvez menores só que o próprio sonho, o de vestir um 'tutu'.
Por mais que às vezes ela ficasse perdida nas aulas, lá era onde se encontrava, só queria se sentir bailarina, bailava para si.
Mas todos os meninos da sala a olhavam com olhar de desprezo. O mesmo olhar que ela se esforçava tanto para conseguir fazer uma pirueta dupla, era o que facilmente escapavam lágrimas quando se encontrava sozinha. Mas por mais que às vezes ficasse triste pelo ballet, nada a proporcionava alegria igual ao de preparar uma quinta posição e começar a dançar.
Chegado o final do ano, era dia de apresentação, ela chegou ao camarim faltando meia hora para a apresentação, sua mãe já estava na plateia com uma câmera fotográfica pronta para registrar o momento de sua entrada, mas ela não entrou.
A mãe, preocupada, foi até o camarim e lá estava Sophia, de 'tutu' em frente ao espelho, e a mesma perguntou indignada o porquê de ela não ter entrado, e Sophia respondeu: 'Mamãe, eu já realizei meu sonho, eu não preciso de fotos, não preciso de aplausos, eu só preciso desse momento registrado na minha memória, o dia que me senti bailarina'.
Sophia cresceu, é dentista mas sempre faz um 'grand jeté' ao pular uma poça d’água, imaginando estar vestindo aquele 'tutu', mas na verdade está de calça jeans no corpo e um sonho realizado no coração."
Lucas Splint